domingo, 29 de maio de 2011

Plantas Tóxicas para os Peixes

Dentre as nossas plantas usadas pelos nossos índios para embriagar os peixes e pescar com a mão em lagoas e águas paradas destacam-se: espécie da família das Leguminosas, uma grande maioria das plantas da família das Sapindáceas e ainda um pequeno numero de plantas da família das Euphobiaceas. das Myrtaceas, Cipo-Timbo-3das Minispermáceas etc... Todas estas plantas são indiferentemente chamadas de plantas Tingui ou Timbó, outras vezes chamadas de Tinguí de planta, Cipó Tinguí, Cipó Timbó ou Timbó peixe.

Na família das leguminosas a mais conhecida é a Thephrosia toxicaria Pers, também conhecida por Anil bravo. Pequeno arbusto de caule ereto, lenhoso, com folhas compostas de 10 a 20 pares de folíolos, os quais medem 3 a 4cms, de comprimento sobre 3 a 8mm de largura , são obtusos e levemente pilosos na face interior. O fruto é uma vagem de 5 a 6cms de comprimento sobre 2 a 3cms de largura, ligeiramente coberta de pequenos pelos cor e ferrugem.

As raízes são tuberosas e quando frescas e esmagadas servem para “tinguir” as lagoas e águas paradas dos riachos, com o objetivo de embriagar os peixes e apanhá-los com a mão. Nas proximidades de Santarém, no Pará, esta planta é conhecida como Timbó peixe. O suco de suas raízes tuberosas é considerado veneno narcótico-acre.

Ao lado desse Timbó, destacam-se também a planta conhecida como Timbó de boticário, por ser mais usada na farmácia, é ela o Lanchocarpus Peckoltii, Wawra, cujas raízes possuem as mesmas virtudes que as da Tephrosia toxicaria, sendo até considerada de efeito mais tóxico para os animais de sangue frio. Este Timbó foi analisado, e nas cascas frescas das raízes achamos: Timboína é um alcalóide volátil que possui aroma ativo, acre, desagradável e é de efeito fortemente tóxico. Há também o Ácido lonchocarpico cristalizado.

A casca fresca da raiz dessa planta, quando contusa, é empregada para matar piolhos, carrapatos e as bicheiras dos animais. Esta casca fresca é bastante usada pelos caboclos para embriagar os peixes.

A cataplasma da casca fresca contusa da raiz é empregada para combater as moléstias crônicas do fígado, produzindo no local sobre a pele, uma forte vermelhidão.

As cascas secas desta planta perdem inteiramente as suas propriedades ativas. O extrato hidro-alcoolico das cascas frescas da raiz é usado externamente como resolutivo dos tumores. Com este extrato prepara-se nas farmácias o famoso emplasto de timbó, outrora preconizado para tratamento das hepatites crônicas. A alcoolatura da casca da raiz é sem dúvida a melhor

Pipi ou Erva da Guiné

Revista de Medicina e Farmácia 1925 – Rodolpho Albino Dias da Silva

Petiveria tetrandra Gomes.

A parte mais ativa desta planta é a raiz, sabemos que o povo também usa as folhas, quGuinee possuem um aroma fracamente aliáceo, que comunica ao leite das cabras, quando comida por elas;

Nas raízes Theodoro e Gustao Peckolt acharam óleo essencial, um principio ativo que nomearam de Pitiverina e um ácido resinoso.

O óleo essencial é de cor amarelada, de sabor fortemente acre e picante e de Roma particular, canforaceo, e não contem enxofre.

A petiverina é uma substância amorfa amarelada, pulverulenta, inodora, de sabor fortemente amargo, picante; é solúvel no ater, no álcool, na água acidula e pouco solúvel na água fervente. Seu soluto precipita pelos cloretos de platina de ouro e pelo ácido tânico.

Pode ser obtida, segundo seus descobridores, tratando-se o extrato alcoólico da raiz pela água fervente, filtrando-se, eliminando-se o excesso de chumbo do filtrado pelo hidrogênio sulfuretado, filtrando-se novamente e evaporando-se até consistência xaroposa. Trata-se então o líquido xaroposo e pelo álcool absoluto, separa-se este, destila-se e vascoleja-se o resíduo xaroposo com éter, evapora-se o soluto etéreo espontaneamente e purifica-se o resíduo dissolvendo-o repetidas vezes no éter.

O ácido resinoso tem consistência de terebentina, cor pardacenta, sabor picante e aroma fortemente canforaceo e um tanto aliáceo, da raiz fresca.

Propriedades Terapêuticas

A raiz de Guiné é empregada como estimulante na paralisia, sudorífera e alexifera. Em altas doses é abortiva. É toxica, provoca envenenamento quando ministrado em pequena doses.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Piper aduncum Velloso

Farmacêutico Oswaldo de Almeida Costa (Revista da Flora Medicinal)

 

Sinomia Vulga: Matico- Falso; Pimenta de fruto gancho; Aperta Ruão, Tapa buraco

Sinomia Científica: Piper cellidifolium, H.B.K Piper-aduncum

Composição Química: Verificamos a presença de uma substância resinosa, e um princípio cristalizável perfeitamente semelhante ao ácido artanico e uma substancia amarga, amorfa, possivelmente a maticina.

Emprego medicinal: As folhas do Aperta Ruão podem substituir as de matico em todas as suas indicações, assim é que são elas usadas como adstringente, hemostático e antiblenorrágico. Segundo Peckolt seu cozimento é utilizado em banhos nas hemoroides nas afecções reumáticas e nos curativos das ulceras; as mulheres usam para tonificar os órgãos genitais. Emprega-se ainda a infusão de 10 a 30grs das folhas frescas em 250ml de água na dose de alguns cálices por dia no tratamento das disenterias e diarréias e dizem ter usado com proveito outrora no tratamento d cólera-marbus. O infuso aquoso feito com 15% destas folhas é empregado em lavagens uretrais no tratamento da gonorréia e leucorréia. O emplasto preparado com as folhas frescas contundidas é empregado pelo povo no tratamento das hérnias infantis; e o pó das folhas secas é um poderoso hemostático.

Empregam-se ainda os frutos, como diurético e antiblenorrágico e o cozimento da raiz como desobistruente.

domingo, 22 de maio de 2011

Yagê; Planta do sonho azul

Autor: Farmacêuticos Oswaldo de A. Costa e Luiz Faria

Também conhecido como Caapí e Ayahuasca. Benisteriopis Caapi, Spruce.

O primeiro botânico que estudou o Yagê, foi o explorador inglês Spruce, que colhendo material completo desta planta em 1853, na fronteira nordeste do Brasil na região Uaupés, enviou exemplares a diversos herbários europeus.

O habitat natural desta planta é o alto Amazon 

banisteriopsis_caapi

as, nas regiões de fronteiras das repúblicas da Colombia e Venezuela.

Dos caules desta planta se extrai os alcalóides Yageína e Yagenina. É usa em ritos sagrados dos Incas nos quais a planta produzia efeitos surpreendentes sobre o sistema nervoso central.

No tempo dos Incas já se encontravam referências aos bebedores de Yagê. Mama Ocllo era a deusa que oficiava nos ritos sagrados dos Incas nos quais o Yagê representava um papel importante, e cujo uso só era permitido aos padres oficiantes e aos velhos. Eles conheciam os efeitos de clarividência e de telepatia da planta. Assim pode um sacerdote predizer a queda do império que havia chegado ao seu maior esplendor com Huaina –Capac em 1475.

Os conquistadores espanhóis, e especialmente o clérigo Valverde, conheceram as mágicas virtudes dos que tomavam a beberagem.

Richard Spruce, em 1857, depois de ter permanecido perto de dois anos no Peru, chegou pelo rio Patasa a grande floresta de Canelos, habitada pelas tribos Zaparos, lá indo encontrar o Caapi, usado juntamente com a decocção de tabaco e em seguida ohuanto (trombeta branca) essa mistura era tomada pelos curandeiros feiticeiros depois de um jejum de quinze dias.

Em 1925, Bariga Villalba, da Universidade de Bogotá, retoma a investigações anteriores e isola dois alcalóides, dando-lhes os nomes de Yageina e Yagenina.

Gastão Crus, nas páginas brilhantes de sua Amazônia Misteriosa, fala sobre os efeitos alucinatórios do Caapi.

O Caapi é uma cocção da casca da planta trepadeira também denominada Caapi, com o acréscimo de casca de outra planta trepadeira e de uma pequena dose de fumo. É curioso o efeito dessa bebida. Ela não embriaga, mas excita terrivelmente o sistema nervoso e a imaginação, de modo a dar a ilusão visionaria das coisas mais extravagantes.

O Caapi é uma bebida destinada aos dias de festa, bebendo-a todos os convivas, homens e mulheres. O Yagê só pode ser usado pelos chefes de tribos pagés, possuidores de poderes adivinhatórios; e são esses poderes que lhes garantem o domínio sobre o povo.

O Yagê é a planta dos profetas, planta telepática, planta dos sonhos azuis.

Os animais injetados com Yagenina apresentam tremor violento de todo corpo, com oscilação constante da cabeça e tremor principalmente nos olhos.

Hovenia Dulcis, Thunb

Farmacêutico Oswaldo de Almeida Costa, Revista da Flora Medicinal

Cajú Japonez, Unha de macaco, Cajú do Mato groso e Cajú do Para, Uva Ursina

É planta exótica, originaria da China, Japão e Nepal, hoje perfeitamente aclimatada no Brasil, onde foi introduzida em 1908 por ocasião da Exposição Nacional do Rio de janeiro pelo cônsul grego Ottonn Leuva_ursina2onardo.

Rica em sacarose. Por isso seu pedúnculo é muito apreciado pelas crianças.

Além de seu uso para fins alimentares dos pedúnculos, são eles empregados para extração de suco cuja fermentação alcoólica produz um vinho bastante apreciado. Caminhoá, diz serem ainda empregados em medicina como anti-asmáticos, os pedúnculos ou eixos florais hipertrofiados. A casca desta árvore é usada nos países de origem no tratamento das afecções intestinais. Seria interessante que se fizessem estudos a respeito de eu emprego como sucedâneo da cascara sagrada e da casca de frangula, dada a facilidade de aclimatação desta planta entre nós, teríamos assim, um sucedâneo daquelas drogas. A madeira é usada na construção.

domingo, 15 de maio de 2011

Coco de Dendê

Elaeis guincensis, L.

Sind Vulg Dendê, Avoira, Coqueiro de Dendê

Esta palmeira é consideraa oriunda da África tropical, e, conforme Martius, não existem dados positivos sobre a sua introdução no Brasil, mas há a possibilidade que fossem os africanos seus introdutores no país.

Há alguns botânicos eu consideram o Dendê indígena das regiõdende2es tropicais e equatoriais da América do Sul e crê que seus frutos fossem desde épocas remotas, pela correnteza do mar ou por outro qualquer meio, para a Costa de Guiné onde, achando clima e terreno apropriado, se desenvolveu em toda a sua plenitude, não tendo sido até hoje encontrado propriamente em estado selvagem na região africana, mas somente cultivado nos lugares habitados.

Elais melanococca é cultivado em quase todos os estados do Brasil.

O coqueiro de Dendê cresce muito lentamente e para o seu caule alcançar 8 a 10 metros de altura são precisos 25 anos mais ou menos.

Geralmente os processos empregados para extração dos óleos no século XIX eram imperfeitos dos quais Theodoro Peckolt destaca:

Os frutos são metidos dentro de covas forradas de pedra e ai deixados ficar até começar a apodrecer, depois são retirados, sendo separada a parte carnosa dos caroços, a qual é fervida com água; é retirado por meio de cuias o óleo que sobre nada.

Outros colhem os frutos logo que estejam bem maduros, que sã o fervidos com água, e retiram o óleo.

Em Luanda, na África, colocam os frutos de Dendê sobre uma grelha feita com o dorso das folhas de um certo coqueiro, e, por baixo da grelha, fazem um fogo moderado até que os frutos fiquem bem quentes e comecem a deixar exsudar o óleo; retiram então os mesmos do fogo, separam a parte carnosa das sementes, a qual é colocada dentro de sacos feitos de embira e submetida a pressão, sendo guardado o óleo que se separa; em seguida, deixam o saco com o resíduo da polpa exposto ao calor do sol e de vez em quando submetem-no á pressão para separar o óleo.

Desde que a parte carnosa não dê mais óleo por este processo, ferve-se então o resíduo com água e separa-se o óleo, que é guardado como de segunda qualidade.

O óleo de Palma ou Óleo de Dendê ou Azeite de Dendê é semi- solido, de cor amarela alaranjada, de sabor adocicado e de um aroma um pouco semelhante ao de Lyrio Florentino.

Este óleo racifica em pouco tempo e por isso que no comércio há um óleo de cor amarela, escura de abobora e um aroma forte de ranço.

O óleo de Dendê é empregado na culinária na medicina popular além de ser usado para iluminação.

Na medicin popular o azeite de Dendê é usado em fricção, contra reumatismo e também contra algumas doenças de pele.

Araucária brasiliana. A. Ric. Lamb.

É uma árvore, magnífica, sempre vede, piramidal, com cerca de 50m de altura e 6 de circunferência; ramos 4-8, verticilados, brotando circularmente do tronco; folhas escamosas e ásperas, imbricadas; flores variadas no extremo dos ramos, reunidas no extremo dos ramos, reunidas em cachos de forma cônica, compostas de escamas, sendo as masculinas colocadas nas axilas das escamas; as femininas de forma oval; o fruto com 15cm, pouco mais ou menos de extensão, de forma cônica, superfície escamosa, de cor verde, constituído pela reunião de escamas que envolvem a semente, que são de forma cônica alongada em um eixo comum, cujo Araucarias do Paranaápice é voltado para fora formando a parte verde exterior do fruto; as sementes envoltas em cada escama da pinha, á proporção que se concentram, tomam uma cor avermelhada no ápice, mesclada de manchas escuras; cada uma delas compõem-se de um tegumento duro e coriáceo difícil de romper-se; segue-se depois uma membrana delgada, avemelhada que envolve uma amêndoa branca oleosa, leitosa antes de madura.

O vegetal floresce no mês de agosto carecendo de 10 a 11 meses para o completo desenvolvimento dos frutos, dando 60 a 80frutos e cada um destes contendo 600 a 800 bagas, das quais 120 a 250 acham-se frutificadas e as outras são chatas e sem amêndoas.

Encontra-se em quase todo o sul e sudeste do Brasil, principalmente no estado do Paraná, onde aparece em maior quantidade formando a Floresta de Araucáias.

É cultivada no jardim como planta de adorno. As sementes denominadas “pinhão”, privadas da parte coriácea, cruas ou cozidas, são alimento para o homem e para animais. As amêndoas secas ao calor, e reduzidas a pó, fornecem uma farinha nutritiva de fácil conservação; torradas e mis turadas com leite e açúcar, dão uma bebida semelhante ao chocolate.

O eixo onde se acham alojadas as bagas constitui, no estão verde, uma haste semelhante ao sabugo da espiga de milho, protegida por uma substância glutinosa conhecida vulgarmente por goma de pinhão, usada contra as afecções pulmonares.

Uma haste fornece 15 a 20grs da substância glutinosa que é separada com facilidade, sendo esta da consistência de extrato mole, de cor pardacenta, sem aroma, mucilaginosa e de sabor particular.

Os amantilhos das flores masculinas verdes são muito resinosos, possuindo um aroma não desagradável, um pouco semmelhante ao do zimbro, (Juniperus comunis, L)

O caule da árvore deixa exsurdar um liquido aormático que, ao contato do ar, no fim de algum tempo, se endurece, sendo conhecido pelo nome de resina de pinheiro; a qual é usada internamente em xarope como peitoral; raras vezes externamente.

Esta goma-resina, seca e exposta ao calor do fogo em vaso apropriado, amolece sem se fundir e sobre um forte calor arde com chama fuliginosa, espalhando aroma semelhante ao do incenso.

A madeira do pinheiro é usada para construção civis e naval, podendo distinguir-se três variedades: branca, parda e vermelha, o que depende provavelmente do terreno e localidade onde o vegetal cresce.

É superior em qualidade ao pinho de Riga e outras madeiras semelhantes importadas.

domingo, 8 de maio de 2011

A Triste História da Flora Fluminense

Almanak Agrícola Brasileiro 1922

Existindo na Biblioteca pública o Rio de Janeiro o manuscrito da Flora Fluminenses, acabado em 1790, por Frei José Mariano da Conceição Veloso, religioso Franciscano, natural de Minas Gerais, nascido em 1742, pertencente ao convento de Sano Antônio do Rio de Janeiro, onde faleceu no dia 14 de junho de 1811, jaz sepultado em urnas das carneiras do claustro do seu convento, em cuja obra colaboram Frei Francisco Solano, Frei Antônio de Santa Ignez, Francisco Manoel da Silva Mello, José Corrêa Rangel, José Aniceto Rangel, João Francisco Xavier, Joaquim de Souza Marcos, Firmino José do Amaral, José Gonçalves e Antônio Alvares, habilíssimo pintor, aconteceu que tomando conta da Biblioteca pública do Rio de Janeiro, Frei Antônio de Arrabida, mestre e valido do primeiro Imperador, encontrasse ali, o precioso manuscrito da Flora Fluminense, mandado fazer pelo benemérito vice-rei Luiz de Vasconcellos e Souza, depois visconde de Figueiró, que se empenhava, pelo engrandecimento e esplendor da capital do Rio de Janeiro;o qual emprestou ao sábio religioso e naturalista brasileiro, todos os auxílios, para que terminasse tão grandiosa obra. mss1095062_109 001

Francisco Antônio de Arrabida, entusiasmado por ter achado o preciosos manuscrito tão gabado pelo sábios, que julgava perdido depois de o ler e corrigir, e confiá-lo a revisão do sábio Dr. João da Silveira Caldeira conheceu completo, quanto as estampas; porém viu que lhe faltavam algumas descrições; mas não obstante reconhecendo que era digno de publicidade, pela importância do assunto, e bem acabado do trabalho; aconselhou ao governo imperial, de mandar imprimir a obra; e muito se empenhou, para que ela aparecesse como desejava; mandando-se a Paris os desenhos, para serem litografados na oficina de Lasteyrie, como a mais conceituada do tempo. Enquanto se aprontavam as estampas, Fr. Antônio de Arrabida, depois bispo de Anemuria, fazia imprimir na Tipographia Nacional, o texto latino em 1825. O que não resta dúvida, é que, se mandando as estampas para França, deu-se começo em Paris ao trabalho da gravura, montando-se ali, uma repartição, onde o Estado despendeu um milhão de cruzados, afim de divulgar o precioso monumento, que tanta gloria nos dava.

Acabada a obra, consta que mandaram ao Rio de Janeiro 500 exemplares; ficando em Paris 1.500; os quais, não sendo reclamados, foram entregues, não sei a quem, e dos quais salvaram-se algumas coleções; e por fim, se reconhecendo que essas estampas não eram mais procuradas, foram vendidas ou dadas, ao chapeleiro que fornecia barretinas, para o exército Frances, o qual forrou com as estampas, as que estava fazendo para os soldados do exército.

Laurus Persea. Linn – Abacateiro

Estudos Farmacognostico do Abacateiro – Farm. Oswaldo de Almeida Costa e Oswaldo de Lazzarini Peckolt

Sinomia vulgar: Louro abacate; Pêra abacate; Avocat; Palla; Avocado

Seu nome de origem tupi quer dizer Árvore de boa qualidade.

História: O abacateiro é conhecido desde a descoberta da América, onde os primeiros colonizadores o encontravam cultivado pelos Aztecas e outros povos indígenas, para aproveitamento de seus frutos, o que não tem impedido, entretanto que alguns autores lhe atribuam a origem Persa.abacate

Diversos autores divergem se sua origem é mexicana ou guatemalteca. Martius, mencionam-no como natural da orla marítima da zona tropical das Américas Meridional, Central e Antilhas.

É comum queixarem-se seus cultivadores das safras alternadas, queda excessiva das flores e até mesmo infecundidade de alguns exemplares desta espécie vegetal; explicam-se tais anomalias pelo fenômeno da dicogamia, observado freqüentemente no abacateiro. Não raro encontram-se pés infecundos apesar de florescem regularmente e ser a espécie hermafrodite; isto se verifica nas plantas isoladas, pelo fato de não se poder efetuar em suas flores a autogmia, a fecundação cruzada, realizada pelo pólen das flores de outros abacateiros. A dicogamia do abacateiro é segundo Nirody, protogínica; o órgão feminino atinge a maturidade antes que os estames, por meio de suas anteras, tenham expelido o pólen fecundante.

As partes deste vegetal usadas em medicina, são a folha, a casca, a polpa do fruto e a semente.

Composição química: Em 1831, Avequim, isolou da polpa do fruto um hepta-álcool natural, a perseita que supôs ser manita.

Theodoro e Gustavo Peckolt isolaram das folhas um princípio amargo, a que denominaram Abacatina.

Assinalaram ainda estes autores nacionais, o aumento de substância gordurosa e a diminuição do perseitol com o avança da maturidade do fruto.

Estudos provam ser o fruto do abacateiro, bastante rido em vitaminas.

Emprego Oficinal: A Farmacopéia Brasileira consigna como oficinal apenas as folhas do abacateiro, as quais são empregadas no preparo do extrato fluído das espécies diuréticas. As folhas são carminativas, energicamente diuréticas e emenagogas; indicadas nas obstruções do fígado e baço, nas cólicas menstruais.

Os caroços são adstringentes, antidiarréicas e geralmente consideradas como afrodisíacas. São empregadas internamente pelo povo, em clisteres, em cozimento, contra as diarréias e disenterias.

Frohli aconselha o emprego do extrato fluido das sementes para combater as nevralgias;

As flores são utilizadas como emenagogo em infuso, na dose de 60,0 para 600,0ml de água fervente, 3 chícaras por dia.