domingo, 31 de julho de 2011

Sobre os Afrodisiacos Brasileiros

Entre nós, são tidas como afrodisíacas as seguintes espécies: Abacateiro, Amendoim, Baunilha, Café, Calamo aromático, Catuaba, Damiana, Gengibre, Lombrigueira, Maconha, Muirapuama, Nó de Cachorro, Noz vômica, Ioímbe, Ipadú e Sesitiva. É claro que varias outras plantas apresentam alguns dos seus órgãos usados como afrosisíaco, mas apenas aqueles destes trataremos neste trabalho.

Abacateiro:”As folhas, brotos e caroços em chá, contra amenorréia e dizem afrodisíacos.” (Hauscar Pereira)

“A casca da castanha tem 28% de óleo afrodisíaco”

“A castanha crua tira calos e verrugas; assada é comestível e afrodisíaca”

F.C.Hoehne, diz que “Os efeitos diuréticos e mesmo afrodisíacos desta planta são geralmente proclamados com entusiasmo por quantos experimentaram as suas virtudes”.

Amendoím constituem cerca de onze espécies distintas do gênero Arakis. O Arakis hipogaea, L. é uma planta sub arbustiva, erbacea, muito cultivada, existindo varias formas e muitas variedades.

Na composição química do amendoim encontra-se muita vitamina E. Tônico para os testículos.

Baunilha com nome de Baunilha encontramos diversas Orquídeas. S Farmacopéia Brasileira inscrebaunilha1ve como baunilha a Vanilha planifólia, Andrews.

A droga oficializada como Baunilha é o fruto da orquídea nomeada pela farmacopéia onde se encontra açúcar, sais, como tártaros, oxalatos e citartos, substâncias graxas formada de estearina e palmitina, etc. O contituinte principal é a Vanilina, que é o aldeído vanilico ou metiloprotocatequico, apresenta-se cristalizado em agulhas finas e brancas, ou ligeiramente amareladas.

Almeida Pinto “a baunilha passa por excitante, afrodisíaco, emenagogo, e , como tal, empregada na amenorréia, na esterilidade, na impotência, afecções histéricas”. “Parece também destinada a substituir o almíscar.

Raul Coimbra fixa como “excitante”, afrodisíaco, mandado dar pó. Geralmente associado à Muirapuama, Catuaba.

Café usadíssimo infuso e o decoto de sementes torradas de Coffea arábica tem merecido. As preparações foram dadas como capaz de atuar nos órgãos genitais.

Revista Brasileira de Farmácia –junho de 1947- Evaldo de Oliveira

sábado, 23 de julho de 2011

Plantas Taníferas do Brasil

Entre as espécies estudadas figuram as seguintes, os seus nomes populares são: Barbatimão, Angico, Vinhatico do Campo, Cambuí, Brincos de Sagui, Cambuí da Praia, Munjolo preto,Vermelho e Roxo, Ingá,Braúna, Cannafístulla, Jurema, Guarabú, Muricí entre outras. Aqui falaremos apenas das principais.

Barbatimão (Stryphnodendrum barbatimão em var. espécies) da família das Leguminosas, existe em quase todo território brasileiro como árvore de porte mediano, cause tortuoso, fornecedora de boa madeira para a marcenaria.

Casca de Barbatimao

A casca desta árvore possui excelentes qualidades medicinais e em dúvida a mais abundante em cortim, alcançando a de árvores colocadas em terrenos secos. As de terrenos úmidos tem uma menor quantidade do cortim.

Seca ao sol, a casca perde mais de 10% de tanino, convidando por conseguinte o secamento em lugares sombrios e expostos ao vento.

É inconveniente guardar a casca por mais de dois anos, sem uso. É melhor conservá-la moída, armazenada em tanques cimentados.

Angicos sob este nome geral são conhecidos nos diversos estados do Brasil

Numerosas espécies com cascas taníferas. Conforme a idade e o local do crescimento a porcentagem de cortim varia entre 22 e 42% sendo os indivíduos de locais secos os menos abundantes em cortim, o secamente brusco ao sol parece não prejudica o material, não mancha. Observado que cascas armazenadas por muito tempo, alguns meses, os couros; foi-me, entretanto impossível verificar o motivo das manchas.

Vinhatico do Campo (Enterolobium ellypticum, Benth) existe em Minas, Pernambuco e Goyas uma variedade do angico que apresenta entre 33 e 41% porcentagem de seu teor, expostos ao secamento brusco. Quanto ao transporte fica durante dias expostos a umidade e começam a fermentar o que posteriormente mancha sobremodo os couros, não se podendo senão dificilmente eliminar as partes assim modificadas das cascas.

Cambuí (Piptadenia colubrina, Benth) Cascas novas atingem até 32% de tanino, depois de tiradas dos pés devem ser utilizadas sem maior demora, pois se não utilizadas em três meses ficam inutilizadas.

Brincos de Sagui chama-se uma espécie de Pithecolobium que abunda nos Estados do Norte. Somente uma pequena quantidade de casca chegou-me ás mãos, apresentando 29% de cortim. Pelo que pude averiguar, parece ótima casca para couros leves ou para o curtume rápido debaixo de “vacuo oscilante” Resiste fortemente as influencias provocadas de fermentação.

Alamnaque Agrícola do Brasil-1920- autor: Freise, Frederico

domingo, 17 de julho de 2011

Ipecacuanha Usos e Indicações

Esta raiz é retirada da planta silvestre, encontrada nas matas do Mato grosso. Os mateiros colhem as plantas, desenterram suas raízes, geralmente nos meses de abrill a outubro, separando todas as raízes secundárias ou aneladas, que não são as únicas aproveitadas; após isto feito, plantam-nas em seguida, nos mesmos sítios donde foram extraídas, para AP fim de um ano, proceder a nova colheita.

As raízes colhidas são dissecadas cuidadosamente e com maior rapidez possível; são expostas ao sol por alguns dias, e quando secas, separam-se toda terra que as envolve, enfeixando-as para Ipecacuanha o transporte.

A raiz é usada em pequenas doses para combater a tosse (Pó de Dower), (Xarope Dessezartz) bem como para excitar o peristaltismo intestinal e para diminuir a pressão arterial, obtendo-se resultados de seu emprego, nas hemorragias, intestinais e pulmonares. Em grandes doses é vomitiva, de ação enérgica e constante como o tártaro emético.

Indicado em embaraços gástricos; laringite, coqueluche, pneumonia, bronquite aguda e afecções pulmonares com o fim de fluidificar as secreções brônquicas.

Em pequenas doses, nas hemoptises e, nas dissentirias, onde goza de ação específica contra a forma vegetativa amebiana;

As formas mais usadas são: o cozimento da droga resultante da 1º infusão, nas bronquites infantis e nas disenterias em lavagens intestinais, a 1%. O infuso nas hemoptises e dissentirias.

Almanaque Agrícola Brasileiro 1934/1935 – Peckolt, Waldemar

domingo, 10 de julho de 2011

A segunda época da poaia : as comitivas

A segunda época se situa entre 1914 e 1970. O sistema de angariar o pessoal foi feito um pouco na mesma os seringais. Aliás, grandes patrões da borracha, como Maneco Rondon, também trabalhavam com poaia. Acima de todos, quem mandava em primeiro lugar era o grande comerciante, que tem fundos e crédito nos Bancos. Ele paga um homem de confiança que se encarrega de formar uma comitiva de dez, quinze, quarenta homens. Tanto o comerciante que financia como o homem que reúne a comitiva é chamado “patrões” pelos poaieiros; daí certa confusão. Leopoldo explica: “o patrão aqui é o comprador de poaia. Então ele fornecia dinheiro e mantimento para outro patrão, que ia ao mato junto com os poaieiros. Mas os poaieiros não tinham nada com o comprador.”Batelao

Uma vê\ que esses poaieiros aceitam integrar a comitivva, eles e suas famílias passam a se mantidos pelo patrão. Tanto o homem que vai para a mata como a família que fica na cidade ou no patrimônio é sustentada pelo patrão. Por seu lado, o trabalhador se compromete a arrancar a poaia para o patrão, durante o tempo que dura a safra, ou seja, de novembro a maio mais ou menos. Tudo isso se faz verbalmente. Chegando o fim da safra, acertam-se as contas. Quem tira saldo, volta com dinheiro e pode, a seu gosto, desligar-se ou continuar com o patrão. Quem gatou mais do que colheu, fica devendo e deve obrigatoriamente, continuar a trabalhar com a turma, para saldar a dívida.

O patrão poaieiro aproveita a entressafra para ir a procura de matas mais ricas, onde mandará seu pessoal. Geralmente, ele é o dono de um batelão e, com ele, levará os seus homens para locais escolhidos, junto com o mantimento; cada mês, passava para reabastecer seus barracões e recolher a poaia pronta, seca e ensacada.

Poaia,Ipeca, Ipecacuanha-AMata da Poaia e os Poaieiros do Mato Grosso – Thiéblot, Marcel.

domingo, 3 de julho de 2011

A Primeira época: as grandes expedições

Poaia, ipeca, ipecacuanha. A mata de poaia e os poaeiros do Mato Grosso - Thieblot, Marcel Jules

Essa primeira fase se situa no fim do século XIX, começo do século XX, até 1914. Havia então, grandes expedições como as que dirigia José Figueiredo, conhecido na região por Jejé, que dizem que viveu até os cem anos de idade. O jeié costumava organizar expedições de cem homens, viajando um mês, até alcançar as matas mais ricas. Levava mantimento para quatro ou cinco meses, em lombo de boi. Só voltava no fim da safra.

“Na barra do Bugres, entravam mil e tantos poaeiros.

Vinham aquelas tropas de lá do Rosário d’Oeste, dez, vinte bois, cling, cling, com cincerro na frente, o resto atrás com cangalha. Podia chover, nada; e tem outra coisa: passam de baixo dos paus, não estragava porque eramJumentos tudo de couro as bruacas e a cangalha era de pau. Família, não levavam. Alí eram só homens. Mas meninos iam com os pais, com os parentes. Os bois voltavam. O transporte era de umas quarenta léguas em lombo de boi. Esse Jejé foi um bicho traquejado em lutar com o povo. Esse arrancou muita poaia, porque aprendeu a falar a lingua do chiquito, do bugre.

Os bugres para eles eram mansos. Ele trabalhava tam bém com os kabixis. Então os índios mostravam poaia para ele, ensacavam e traziam poaia para ele. Mas quando os bugres chegavam no barracão dele, ele tinha que fazer despesa.

Aquelas mulheres que tapavam a bunda só com pena de bicho, chegavam com aquela linguagem, ele tinha que dar é fumo, é açúcar, é doce. Tudo isso, ele dava para os índios.