terça-feira, 20 de maio de 2014

Açafrão da terra

Curcuma longa, Linné : Zingiberaceas
Constituintes ativos principais: Curcumina, essência e resina
O rizoma é curtose apresenta sob duas formas: ora a de tubérculos ovoides, mais ou menos do tamanho de uma noz, cobertos por súber acinzentado, apresentando cicatrizes
Curcuma Longa
circundantes e vestígios de raízes circulares e vestígios de raízes cúrcuma redonda; ora os tubérculos são alongados e afilados nas extremidades, levemente recurvados, de cerca de 5 centímetros de comprimento, de superfície acinzentada, esverdeada ou amarelada, apresentando sulcos transversais, mais ou menos numerosos e oferecendo, por vezes, algumas saliências constituídas por brotos (Curcuma Longa). Os rizomas de ambas as formas se encontram no comércio algumas vezes cortados em duas ou quatro partes ou, ainda mais raramente, em rodelas. A fratura dos rizomas de cúrcuma é nítida de cor amarelo-avermelhada, cerácea e marcada por pontos correspondentes aos vasos, muito aparentes nas cascas e no cilindro central. A cúrcuma possui cheiro semelhante ao do gengibre e sabor picante, levemente amargo corando a saliva de amarelo.
Raiz de São João
Ecriveris laurinia (Bilberg) Thumberg Berberidaceae
Parte usada Raiz
Constituintes ativos principais: Berberina e alcaloides solúveis no éter (hirastina, berbamina e oxiacantina)
A Raiz de São João deve conter no mínimo 05% de alcalóides solúveis no eter, calculados em hidrastina.
Raiz de São João

Caracterização: A droga é constituída por fragmentos cilíndricos de raiz, de dimensões muito variáveis, apresentando externamente, cor pardo-amarelada. Estes fragmentos são em geral percorridos longitudinalmente em sua parte externa por pequenos sulcos, e os mais grossos apresentam protuberâncias correspondentes aos pontos e inserção das radículas que frequentemente acompanham a droga ou que foram retiradas por ocasião de seu preparo. Possui cheiro pouco característico e sabor amargo; mastigada, tinge fortemente a saliva de amarelo. O corte transversal da raiz, que apresenta diâmetros desde 3 milímetros até 5 centímetros, quando examinado com uma lente apresenta duas zonas bem nítidas: uma casca fina de cor cinzento-amarelada e uma zona lenhosa muito desenvolvida, de cor amarela característica, percorrida por finas estrias e formada por camadas concêntricas pouco aparentes.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Uma nova fonte e Emetina no Brasil

O Instituto de Química Agrícola tem enviado incessantes pesquisas no setor da química vegetal, hoje mais do que nunca, de uma utilidade imediata no recesso de suas florestas deslumbrantes, possui riquezas dignas de atrair a atenção do mundo.
Ninguém ignora que a indústria farmacêutica, aqui como alhures, luta com sérias dificuldades criadas pela guerra. Inúmeras plantas medicinais de ação heroica, como a digitalis, o estrofanto e outras que na Europa, eram objeto de culturas delicadas, vão aos poucos desaparecendo do mercado e dia virá, si a situação mundial continuar conflagrada por mais alguns anos, em que a medicina se verá privada de recursos para atender a casos de emergência.
E essa concepção, resultante de uma eventualidade cujas derivativas seriam de consequências imensamente graves para o Brasil e por certo para o continente sul americano, que o Instituto de Química Agrícola se vem dedicando ao estudo de nossa flora, para o que tem contado com a colaboração eficiente do Serviço Florestal do Brasil, por intermédio do Dr. G. Kahlmann, naturalista, Chefe da Seção desse Serviço.
Esse botânico patrício, em uma de suas excursões ao Parque Nacional da Fóz do iguassu, ali colheu espécies de Rutaceas, Malpighiaceas e de Violarineas, que nos pos a disposição para o devido  estudo científico.
Coube-nos verificar em uma delas ocorrência de principio de alto valor terapêutico, a emetina, alcaloide de nossas ipecas, rutáceas de colheita difícil, porquanto predominam nos sertões de Mato Grosso, e, por isso, de elevado custo.
Csntatamos a emetina em uma violarinea, a Ionidum Alba, que se desenvolve exuberantemente exuberantemente nos Estados do Paraná e Santa Catarina.
Dada a sua abundância, acreditamos que sua exploração seja de grande alcance, podendo fazer uma concorrência manifesta à Ipeca.
Damos abaixo o processo usado em nossas pesquisas:
A raiz do Ionidium foi dessecada em brande temperatura, e, depois reduzida a pós; este foi esgotado pelo éter etílico, a fim de ser privado de matéria gorda; feito isso, foi o mesmo embebido em amônia e novamente tratado pelo éter no aparelho de Soxhlet; o líquido obtido foi tratado por corantes de ácido bromídrico dando-se no caso, um precipitado que, recolhido em cadinho poroso e dessecado, foi logo após dissolvido em água e tratado por soluto diluído de soda. O precipitado devidamente dessecado em vácuo forneceu pela análise o seguinte resultado:
Raiz de Ipecacunhanha
Ponto de fusão – 67 a 68C (ponto de fusão de emetina).
Reação de Frohde – Coloração esveerdeada
Peso Molecolar – (calculado pelo precipitado obtido com ácido cloroplatinico) – 495,83 (peso molecular de emetina).
A pocorrência da emetina no Ionidium Alba, violarinea comum em nosso país, representa mais uma nova fonte de riqueza e, por isso, não podemos deixar de levar os nossos aplausos do Dr. G. Kuhlman com entusiasmo, tem beneficiado o pais, em suas pesquisas de botânica plicada.
Como trabalhamos com a raiz integral, não nos foi dado precisar o teor exato de emetina na planta em estudo, o que faremos tão logo possa o Serviço Florestal fornece-nos novas amostras da mesma.


Bibliografia: Revista Brasileira de Farmácia- Fevereiro de 1944 -  Antenor Alves de Souza Machado – Quimico de Industria de Quimica Agrícola.