quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Explicando a origem da palavra Droga

Segundo Schmidt a palavra droga é provavelmente derivada do árabe dowâ que significa remédio, de onde foi transferida sob a forma doga ou droga, para o romântico e mais tarde para as línguas germânicas. La Wall porém afirma que a palavra é provavelmente de origem teutônica, derivada da palavra raiz “drogue” significando “uma erva seca”. O dicionário de Webster explica que o baixo alemão droge vate se aplica a vasilhas secas, artigos encaixotados, em que a palavra “droge” foi erradamente tomada para significar o conteúdo. A palavra pereceria estar relacionada com o alemão trocken que significa seco. Segundo o dicionário da língua francesa de Hatzfeld e Darmesteter a palavra drogue data do século XVI. A origem holandesa, da palavra droog (qualquer coisa seca) é posta em dúvida por alguns etimologistas, segundo Hatzfeld e Darmesteter.
A palavra droguista, aplicada ao vendedor de drogas n~]ao teve uso geral antes do século XVI. Na Inglaterra não há “drug stores”. O “Chemist’s shop” representa ali o “drug stores” americano. Na França é a pharmacie, ou apothicairerie. O titulo droguista é ali usado apenas para designar o vendedor de ervas secas.
É digno de nota a palavra “drug” muitas vezes significa uma substância venenosa.
A razão evidentemente é de que algumas drogas são violentos venenos, como por exemplo, estricnina, acônito, morfina, cocaína. Contudo há muitas outras que são suaves e agradáveis e não tem qualidades tóxicas, por exemplo, alcaçuz, alecrim, alfazemas, sassafrás. Algumas destas são drogas valiosas por que o seu cheiro ou sabor agradáveis são utilizados para mascarar o gosto desagradável de outras drogas. O leigo não pensaria em chamar droga às pétalas de rosas, e, contudo a água de rosas, destilada das flores frescas da Rosa centifólia é reconhecida na medicina como um agradável veículo para disfarçar o gosto e odor das drogas desagradáveis.
A palavra grega para droga é pharmakon. Daí nos tiramos farmacêutico e farmácia (isto é a arte de preparar remédios; e também o estabelecimento); farmacognosia (de pharmakon + gnosis, saber) a ciência do reconhecimento das drogas; o adjetivo farmacêutico (significando o que pertence à farmácia, do grego pharmakeus ou pharmakeutes, droguista) e farmacopeia (do grego pharmakon + poiein, fazer), um livro, geralmente oficial, contendo uma coleção de receitas ou formulas para a preparação de medicamentos.


Bibliografia: Revista da Flora Medicinal – 1945 – Graves, Arthur Harmout – Plantas na Medicina.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Muirapuama

Sinomia: Marapuama
Etimologia da palavra: A palavra Muirapuama vem de Muira (ou Muyra) que significa lenho de árvore e puama, forte, potente. Segundo outros Muyra ou melhor Puyra) significa colar e apuam ou puam, arredondado ou esférico, este talvez originado da forma dos frutos da planta, que, é provável, seriam de adorno para a nossas índias.
Nome científico: Muirapuama é de fato uma Olacacea, mas não a Dulaci Ovata.
Muirapuama é uma árvore de ramos alternos, delgados, cilíndricos, glabros; os ramos mais novos são sub-angulosos, levemente sulcados longitudinalmente e em geral um tanto flexuosos.
Folhas alternas, oblongo-elipticas, longa e estreitamente acuminadas, um tanto obtusas, de base aguda, verde-escuras na página superior e mais claras na inferior, de 9 a 11cm de comprimento por 2,5 a 3 cm de largura, sub-coriaceas quando adultas, glabras, a nervura, mediana e levemente sulcada na face superior e mais claras na parte inferior, de 9 a 11 cm de comprimento por 2,5 a 3 cm de largura, sub coriáceas quando adultas, glabras, a nervura mediana é levemente sulcada na face superior e bastante saliente na inferior; as nervuras secundarias partem quase horizontalmente da mediana, arqueando-se próximo à margem, onde aparece fina trama, muito pouco saliente, margens integérrimas, revolutas, sub-cilindrico,  caniculado.
Droga: A parte empregada da  Muirapuama é a raiz das plantas novas. Disse-nos o Dr Ducke, botânico do Instituto Emilio Goeldi, que os ervanários amazonenses só colhem a raiz das plantas novas por suporem que as árvores adultas, de aspecto um tanto diferente, não sejam da mesma espécie vegetal.
Como o alcaloide, Muirapuama, quase que só existe na casca, seria talvez mais logico empregar as cascas árvores adultas, o que evitaria o sacrifício dos exemplares novos com a retirada das raízes. Somente um exame químico dessas cascas poderia resolver de vez essa questão.
A droga comercial é constituída de raízes e restos da base do caule.
Seu cheiro é fraco e seu sabor levemente amargo e adstringente.
A muirapuamina existe quase que exclusivamente na casca; o lenho da raiz pulverizado encerra apenas traços desse alcaloide, segundo pesquisa. Seria por tanto mais razoável que se usasse apenas as cascas do caule e ramos de árvores adultas, evitando-se assim o sacrifício inútil dos exemplares novos, com a poda das raízes, tornando a droga muito mais ativa.
Propriedades terapêuticas: É droga útil no tratamento das doenças do sistema nervoso.
Dá resultado comprovado nas astenias gastro-intestinais e circulatórias, na atonia da ovulação e na impotência genisica.
Deu bom resultado também na  afrodisíaca, neurastenia, ataxia locomotriz, nas nevralgias antigas, no reumatismo crônico, nas paralisias parciais, esta planta  dá resultados duráveis.
Externamente se emprega  a tintura em fricção  contra reumatismo e a paralisia.
Bibliografia: Revista de Medicina e Farmácia de 1925 – Rodolpho Albino Dias da Silva.


segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Saião

Sinônimos:
Saião
Folha da fortuna, folha da costa, erva da costa, folha grossa, orelha de mnge.
Propriedades terapêuticas: Vulnerária, Resolutiva, Tônica Pulmonar.
Indicações: Aftas, úlceras, feridas, queimaduras, picadas de insetos, abscessos, verrugas, calos.
Uso externo: suco de folhas aplicação tópica.
Afecções pulmonares: (tosse, tuberculose, etc) ingurgitamento linfáticos, edemas erisipelatosos das pernas, cálculos renais.
Uso interno: a) chá por infusão, dosagem normal;
                        b) suco das folhas frescas, dosagem normal.
Obs: O suco fresco, tomado 1 vez por dia, é muito útil contra as afecções dos pulmões, fortalecendo-os.
Habitat/Cultivo: Planta brasileira, comum de a Bahia até São Paulo, preferindo a zona litorânea.
- Multiplica-se através do enraizamento de pedaços do caule e das folhas, que emitem grande número de brotos. Gosta de lugares úmidos, sombreados, crescendo melhor sobre detritos vegetais em decomposição.
Observação:
O saião é muito semelhante a outra planta, chamada também de folha  da fortuna; esta porém, de folhas mais arredondadas e ovaladas (Bryophilum calycinum), possuindo basicamente as mesma propriedades terapêuticas.