sábado, 27 de janeiro de 2018

Sumaré acaba com bronquite crônica

Cyrtopodium andersonni, Rold. Tem o nome popular de Rabo de tatu, cana grude, cana de sapateiro.
Cyrtopodium andersonni, Rold
É uma planta epífita, pseudobulbosa que cresce sobre as árvores, especialmente sobre os coqueiros, agarrando-se aos troncos por meio de um grande número de raízes fibrosas, duras, socas e de cor de palha, formando pela sua reunião uma enorme soca e dirigindo-se a maior patê delas para a parte superior, onde se entrelaçam e emitem alguns pseudocaules, grossos carnosos, suculentos, coberto por folhas opostas. Floresce nos meses de setembro e novembro e tem frutos bem desenvolvidos de janeiro a abril.
Habita quase todos os estados do Brasil, onde é encontrado, vegetando de preferencia por sobre os troncos  dos coqueiros, Acrocomia sclerocarpa, e em pleno sol. O pseudobulbo quando velho perde as folhas e deixa a descoberto grandes cicatrizes, mais ou menos escuras, que se notam numa haste de cor amarelada com a extremidade aguçada, semelhante a cauda de um tatu.
Este pseudocaule é suculento, mucilaginosos, duro e fibroso; é usado depois de contuso sobre a forma de cataplasma para resolver tumores.
O suco de é usado como cola, mas não tem valor efetivo como força adesiva, pois é muito fraca. Tem fibras fortes que servem para a indústria.
O povo prepara com partes iguais de suco do pseudocaule e açúcar um xarope contra a coqueluche e bronquites crônicas.
A infusão é usada em injeções contra a gonorreia.

Bibliografia: Peckolt – Theodoro e Gustavo - História das Plantas Medicinais e Úteis do Brasil (1888-1914).

sábado, 20 de janeiro de 2018

Baunilha da Bahia é um afrodisíaco natural

Vanilla palmarum , Lindl
O seu caule adere as árvores por onde sobre, emitindo um grande número de raízes adventícias e as suas folhas são curtamente pecioladas, ovais, cordiformes, carnosas, luzidias de cor verde claro; a inflorescência é axilar e as flores são de cor amarela e um tanto aromática ; o fruto é uma capsula carnosa de 12 a 16 cm de comprimento sobre 
15 a 20 mm de diâmetro, adelgaçado nas extremidades com as sementes muito pequenas, pretas e envolvidas numa massa carnosa. 
Habita os estados de Mata Atlântica.

O fruto, quando bem desenvolvido e convenientemente preparado como o da baunilha comum, adquire um aroma agradável e pode ser usado da mesma maneira que aquele.

Este fruto serve de alimento para macacos e morcegos.

Os curandeiros empregam o fruto maduro como um afrodisíaco, assim como nas febres.

Bibliografia: Peckolt – Theodoro e Gustavo - História das Plantas Medicinais e Úteis do Brasil (1888-1914).

sábado, 13 de janeiro de 2018

Maranta arundinacea, Linn, é planta alimentar esquecida.

No século XIX a planta da Araruta achava-se espalhada por todo o território nacional, onde era considerada silvestre. Era cultivada principalmente pelos índios da tribo Aranaulles, nas margens do Amazonas. Estes indígenas chamavam a planta de Acontiguepe ou Agutiguepo-obi, assim como denominavam a farinha da raiz da planta de arú ou arú-ar-u de onde deriva-se a palavra araruta.
Maranta arundinacea, Linn
Araruta também pode designar farinha fina de mandioca, mas aqui falaremos da planta Maranta arundinacea, Linn
Segundo, o botânico e naturalista, Von Martius o termo vulgar de arú-arú deriva-se a palavra araruta. Esta era usada pelos índios para combater o veneno das flechas ervadas.
Huges em seu estudo sobre a ilha das Barbadas, em 1750, descreve a araruta como uma planta muito útil e diz que o seu suco misturado com água é considerado como preservativo contra todos os venenos os corrosivos e que da raiz se obtém um bom amido, preferível ao do trigo .
Patrick Bronne, em 1756, menciona as diversas propriedades da Maranta cultivada nos jardins da Jamaica; Lunan em seu Nortus Jamaicensis, em 1814, cita a Maranta arundinacea como um bom contra veneno.
Raiz de Maranta arundinacea, Linn
As batatas de araruta contem mais amido e substancia azotada que a batata inglesa. Porém, seu uso na culinária, como batata, não é aconselhado já que tem um sabor não muito agradável. Seu principal uso é para a extração do amido.
Para extrair o amido a planta deve ser arrancada da terra logo após a inflorescência. Separa-se os rizomas carnosos, lava-se bem tira-se a casca e espreme em cilindro ou ralado em ralador comum. Separa-se a polpa que é lavada em água corrente em cima de uma peneira bem fina, assim o polvilho passa para um recipiente, onde deve permanecer em repouso para que se deposite totalmente. Depois se tira a água de cima e seca a fécula ao sol ou em calor branco.
Esta fécula é pouco solúvel em água fria no fogo forma uma geleia meio transparente, não tão espessa quanto a do amido de mandioca.
Esta araruta é excelente mingau para as crianças, sendo de fácil digestão, também é recomentada para as doenças das vias respiratórias, e sua cataplasma é emoliente.
Na confeitaria a araruta é usada para fabricar biscoitos, bolos e pudins.
A raiz assada na brasa é usada pelos índios como alimento. Já os pajé usam a raiz contra febres intermitentes. Eles também usam a raiz fresca para combater a picada de insetos venenosos.

Bibliografia: Peckolt – Theodoro e Gustavo - História das Plantas Medicinais e Úteis do Brasil (1888-1914).

domingo, 7 de janeiro de 2018

Os Pacovás são plantas medicinais importantes.

Renealmia exaltata, Linn tem o nome popular de: Paco caatinga, caeté assu, pacová, cana do brejo, cana do mato, cardamomo do Brasil.
Este vegetal é encontrado nos terrenos montanhosos do Rio de Janeiro, assim como nos estados do Espirito Santo, Minas e do Amazonas, de preferencia nos lugares sombrios e úmidos, principalmente nas margens de rios e lagos.
Pela reunião das suas astes aéreas formam extensas socas, que partem de um rizoma horizontal e ramificado.
 Costus spicatus, Linn tem o nome popular de:Cana do brejo, cana roxa do brejo, cana de macaco, Periná, Cana do mato, Ubacaya, Jacuacanga.
Costus spicatus, Lin
Tem os colmos de 50 a 80cm de altura, forte, roliços, com folhas espiraladas, invaginantes, ovais, tendo a bainha um pouco pilosa com as margens avermelhadas; inflorescência em espiga terminal de 6 a 10cm de extensão sobre 3 a 6 de largura, com as flores amarelas;
Habita naturalmente os estados de Mata Atlântica, porém pode ser encontrada no Pará.
O rizoma é diurético, diaforético, tônico e emenagogo, dá-se em infusão 10 para 200ml de água ou em tintura (1/4)
O suco das hastes frescas é usado pelo povo contra as gonorréiasna dose de alguns cálices por dia, e nas leucorréias em injeções.
Os selvagens costumam na falta de água beber o suco das hastes para mata a a sede.
Costus spiralis, Roscoe tem o nome popular de Jacuacanga, Cana branca do bejo, cana de macaco, Pacová, paco caatinga, Ubacaia.
Tem hastes nodosas que partem de um rizoma que se prolonga em diversas direções
Costus spiralis, Roscoe
nodoso, carnoso de 10 cm de circunferência, coberto de algumas escamas pardacentas, de cor branca avermelhada, com as raízes de 10 a 15cm de comprimento, carnosas, moles, esbranquiçadas.
Habita os lugares sombrios e úmidos são considerados diaforéticos, tônicos, diuréticos e Emenagoga.
O suco dos colmos é aplicado nos cálices algumas vezes por dia comi anti gonorreico, em injeções nas leucorréias, blenorragias, em lavagem de feridas sifilíticas e nos cancros venéreos; é também usado pelo povo contra as áreas da bexiga.
O cozimento de 60grs de hastes feito com água para dar 400de coadura é dado as xicaras como refrigerantes diuréticos.

As folhas frescas contusas e aquecidas com óleo servem para resolver os tumores.
Bibliografia: Peckolt – Theodoro e Gustavo - História das Plantas Medicinais e Úteis do Brasil (1888-1914).