sábado, 13 de janeiro de 2018

Maranta arundinacea, Linn, é planta alimentar esquecida.

No século XIX a planta da Araruta achava-se espalhada por todo o território nacional, onde era considerada silvestre. Era cultivada principalmente pelos índios da tribo Aranaulles, nas margens do Amazonas. Estes indígenas chamavam a planta de Acontiguepe ou Agutiguepo-obi, assim como denominavam a farinha da raiz da planta de arú ou arú-ar-u de onde deriva-se a palavra araruta.
Maranta arundinacea, Linn
Araruta também pode designar farinha fina de mandioca, mas aqui falaremos da planta Maranta arundinacea, Linn
Segundo, o botânico e naturalista, Von Martius o termo vulgar de arú-arú deriva-se a palavra araruta. Esta era usada pelos índios para combater o veneno das flechas ervadas.
Huges em seu estudo sobre a ilha das Barbadas, em 1750, descreve a araruta como uma planta muito útil e diz que o seu suco misturado com água é considerado como preservativo contra todos os venenos os corrosivos e que da raiz se obtém um bom amido, preferível ao do trigo .
Patrick Bronne, em 1756, menciona as diversas propriedades da Maranta cultivada nos jardins da Jamaica; Lunan em seu Nortus Jamaicensis, em 1814, cita a Maranta arundinacea como um bom contra veneno.
Raiz de Maranta arundinacea, Linn
As batatas de araruta contem mais amido e substancia azotada que a batata inglesa. Porém, seu uso na culinária, como batata, não é aconselhado já que tem um sabor não muito agradável. Seu principal uso é para a extração do amido.
Para extrair o amido a planta deve ser arrancada da terra logo após a inflorescência. Separa-se os rizomas carnosos, lava-se bem tira-se a casca e espreme em cilindro ou ralado em ralador comum. Separa-se a polpa que é lavada em água corrente em cima de uma peneira bem fina, assim o polvilho passa para um recipiente, onde deve permanecer em repouso para que se deposite totalmente. Depois se tira a água de cima e seca a fécula ao sol ou em calor branco.
Esta fécula é pouco solúvel em água fria no fogo forma uma geleia meio transparente, não tão espessa quanto a do amido de mandioca.
Esta araruta é excelente mingau para as crianças, sendo de fácil digestão, também é recomentada para as doenças das vias respiratórias, e sua cataplasma é emoliente.
Na confeitaria a araruta é usada para fabricar biscoitos, bolos e pudins.
A raiz assada na brasa é usada pelos índios como alimento. Já os pajé usam a raiz contra febres intermitentes. Eles também usam a raiz fresca para combater a picada de insetos venenosos.

Bibliografia: Peckolt – Theodoro e Gustavo - História das Plantas Medicinais e Úteis do Brasil (1888-1914).

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